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30 de novembro de 2013

"Lulu": o app do ti ti ti


Nos últimos dias no meio digital nada foi tão comentado e polemizado como o aplicativo Lulu. A informação que chegou aos meus ouvidos foi que a de que criaram um aplicativo no qual as mulheres anonimamente davam notas para os homens em vários quesitos. Até aí, mais uma bobagem do universo on line com clara e notória probabilidade de vida curta. 
O que me chamou atenção foi a repercussão e espaço que o assunto conseguiu nas rádios, na rede e na vida real, e que as pessoas realmente estavam levando aquilo a sério. Bandeiras em nome de feminismo, liberdade, objetização masculina entre outras foram levantadas. 
Pensei com os meus botões se eu não estaria sub-valorizando uma possível ameaça à sociedade. Até que lí uma matéria em que um sujeito, sentindo sua privacidade, intimidade ou sei lá mais o quê violadas, resolveu processar o aplicativo e o Facebook por liberar os seus dados para a tal avaliação. Foi então que me deparei com isso:

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Já estava mais que na hora de conhecer o tal aplicativo. Confesso que desisti de instala-lo nas duas primeiras tentativas, mas como queria conhecer e saber sobre o tal para concordar ou não com tudo o que estavam dizendo era necessário fazê-lo. Enfim, eis que decido instalar o dito cujo no meu smartphone. Para quem não conhece, esta é a interface do app mostrando as opções de plataforma para instalação.

Página do aplicativo Lulu


Bom, a partir daí, descobri que o tal Lulu é mais idiota do que eu imaginava. Meu primeiro pensamento foi o de como alguém pode realmente levar isso a sério? As mulheres são conduzidas, durante a instalação, a uma falsa sensação de pseudo-poder garantido pelo anonimato, reafirmado e ratificado a cada etapa do avanço da implantação do aplicativo. A última frase, antes do término de todo o processo é algo do tipo "Garantimos que ninguém no Facebook saberá que foi você que disse aquilo".
Automaticamente quase todos os contatos masculinos do seu Facebook são carregados pelo app e aparecem na sua tela com a foto e o nome.
Pronto! É dada a largada para um festival de perguntas com respostas pré-prontas que resultarão na tal nota tão temida pelos homens. As respostas transformam-se em hashtags (#) que aparecerão para todas as que quiserem olhar. Ah! Detalhe importante; antes de responderem ao questionário a executante sinaliza o tipo de relação que possui com o sujeito em questão, que pode ser de amiga, ficante, ex-qualquer coisa, até "está a fim". 
Acho que isso é um prato cheio para relacionamentos neuróticos e homens narcisistas, pois por detrás do anonimato, muitas vingancinhas, brincadeiras maldosas e otras cositas màs acontecerão certamente. E cabe às pessoas normais terem discernimento para não se deixar levar pelo mau gosto de determinadas respostas. Tudo é uma questão de bom senso.
Hoje, antes de deletar o tal aplicativo, tive a oportunidade de presenciar irmã aproveitando para se vingar de irmão desqualificando-o em todos os itens possiveis e amigo pedindo à amiga para melhorar a pontuação dele no app. Ou seja, gente, já deu né? 
Gstaria de ressaltar aqui é que sempre há algo bom em tudo. Os publicitários de plantão não perderam a chance de faturar com a discussão acalorada sobre o tema. Eles estão certíssimos. Alguns exemplos de empresas que utilizaram o conceito:

Ruffles
Burguer King

O app Easy Taxi também aproveitou da polêmica do Lulu.

Outras marcas como Bis e Guaraná Antártica também não ficaram de fora. Pelo menos para isso, valeu a pena. Porque no mais, a meu ver, só serviu para mostrar que as pessoas estão cada dia mais rasas. It´s all!

Cláudia Braga

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